A última super discutida é a do discurso do Levy Fidelix no debate na rede Record, quando a candidata Luciana Genro perguntou sobre o casamento igualitário e direitos LGBT. Acho que você já viu esse vídeo, mas tá ai de novo pra gente analisar.
Muita gente considerou o discurso do Levy de discurso de ódio, eu não achei tão pesado assim. Concordo que, as pessoas podem interpretar de muitas formas. Ainda acho difícil ver, em pleno século XXI ainda tem gente tão preocupada com o que você faz com o seu corpo, com quem você quer amar e se relacionar, sim, é difícil ver as pessoas cagando regras o tempo todo pra gente. E as vezes eu vejo isso tanto no feminismo quanto em outras lutas: pessoas cagando regras, acabando com o movimento.
"Ai pra ser isso tem que ser aquilo", "ai pra ser isso tem que fazer aquilo". Não gente, pára que tá feio. Isso não é uma guerra, como tem gente querendo parecer pra acabar com isso tudo.
A liberdade que tanto queremos começa em respeitar a opinião dos outros. Não me parece muito coerente querer obrigar o outro a aceitar alguma coisa, comprar a sua ideia. A única coisa que devemos mesmo fazer é respeitar e cobrar respeito. Respeitar o casal gay se amar, respeitar o trans, respeitar a negra, respeitar a minha ideia, respeitar a sua ideia, respeitar o meu espaço e o seu espaço, o meu tempo e o seu tempo.
Por isso que acho que o discurso do Levy não foi de ódio, acho sim, que foi falta de respeito tal fala, mas de qualquer forma, é desrespeitoso atacá-lo por sua opinião. Principalmente quando você luta contra o ataque por aquilo que você faz e acredita. Ninguém é obrigado a aceitar o feminismo, muito embora eu que isso é algo muito importante, não posso ir lá e humilhar a pessoa por não acreditar nisso. Perco todo o meu discurso de liberdade, perco todo o argumento pra discussão.
Não podemos sair ai obrigando as pessoas a fazer aquilo que nós queremos, do mesmo jeito que não achamos certo que eles façam isso com a gente. Eu não acho legal um casal hétero na maior pegação no meio da rua, também não vou achar legal ver um casal homo assim e nem por isso ou homofóbica. Mas andar de mãos dadas, com o sorriso largo no rosto e o carinho nos olhos é lindo de ver, e pra mim não importa quem esteja fazendo isso. Pra mim também é feio ver a galera ~fazendo sexo~ nas ruas, nas baladas, independente do casal.
Como eu disse, é difícil pra mim dizer como é ser olhada com indignação por ser gay, mulher e negra. Podem falar que pra mim é fácil 'defender' o Levy por ser 'branca-classe média-hetero', já prevejo isso. Mas não, esse não é o objetivo.
Extremismo é perigoso. Em qualquer luta, qualquer pensamento, qualquer ação. Ele tapa os olhos, os sentidos, o conhecimento. Assim como brigo com meu pai por ser TJ e achar que têm a verdade absoluta referente a Deus, brigo com qualquer pessoa que venha me dizer que como eu tenho que posicionar, agir e pensar como se o modo dela fosse a única verdade do mundo. Não amigo, não é. E querendo ser diferente deles, o extremismo só os aproxima.
Levy, o casal de verdade não é somente homem e mulher. Pode ser pra você, não pra mim, não me mande acreditar nisso, não tire o meu direito de ter opinião assim como não quero tirar o seu. Se você acredita nisso, é a sua escolha e te respeito por isso, mas respeite também aqueles que não compartilham da mesma opinião.
Amigos LGBT, o casal de verdade é aquele que se ama, concordo com vocês, lutem pelos seus direitos, que eles sejam SIM direitos por lei, que aquele cara que bate em alguém por ser gay seja preso por isso, mas não tentem enfiar guela abaixo de todos que eles são obrigados a te aceitarem. Lute pelo respeito, não por aceitação.
E eu acho que é isso que falta sabe? Lutar por respeito. A aceitação tem que vir da gente mesmo, uma vez que a gente se aceita, pra que cobrar isso do outro? Você tem que saber quem você é, o que é melhor pra você, não a outra pessoa. Ninguém tem que te aceitar, a não ser você mesmx. Agora, se a pessoa não te respeitar, aí sim, livre-se dessa pessoa, mas isso não quer dizer pra você matar ela, mas sim corra pra bem longe dela.
Eu não luto para que me aceitem por ser mulher. Eu luto para que me respeitem por isso. Para que respeitem a decisão que qualquer pessoa tomar na vida, para que cada um cuide da sua.
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fica a dica! :) |
UPDATE: quando eu reli o texto, percebi que estava cagando regras também, complicado. Mas tá aí uma opinião. Não quero te obrigar a fazer o que falei, mas manter coerência com o discurso e a ação, pra mim, é essencial. :)
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